quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Há dois dias - 141

Há dois dias, não penso em você. Não imagino o que você está imaginando, o que era, até então, o meu principal desafio, aquele exercício sem conclusão nenhuma. Há dois dias, eu pude respirar mais facilmente... não precisei, por exemplo, abrir a janela! Agora, quem diz até logo sou eu... capaz que não consiga se comunicar comigo. Como dizem, "vou ser (mais) feliz e volto em breve". Para ser mais feliz? Ao seu lado? Deixe-me ir primeiro...

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Sossego - 140

Confesso: eu não te dou sossego... e não me deixo em paz. São quase duas horas da manhã e eu ainda penso em te ligar. Para perguntar, talvez, sobre o seu cabelo. Você o cortou? Gostava tanto dele escondendo seus olhos castanhos... Para dizer, quem sabe, o quanto estou animado com a minha viagem. Já está tudo programado, sabia? Para ouvir, dificilmente, o seu medo da vida que entrou pela janela subitamente. Vai dar tudo certo... você confia em mim?
Revelo: pode ser que eu volte cedo ou não volte mais... Preciso, sei disso, te dar um tempo para você respirar. Acontece que tenho saudades... Tanta coisa foi acumulando em nossa vida. Preciso reparti-las contigo. Devolver a você aquela foto que fizemos juntos na beira da praia. Pedir a você que me entregue a chave de casa. Vou passar um tempo longe da cidade, ok!? Promete que deixará um recado em minha caixa-postal?

P.S: "Também tenho saudade mas já são quatro e tal/ Talvez eu passe um tempo longe da cidade/ Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais" ("Confesso", de Ana Carolina e Totonho Villeroy)

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Um beijo roubado - 139

Por favor, avise-me quando encostará o carro no acostamento para me beijar. Não quero ser surpreendido com seu rosto se aproximando do meu, assim, tão de repente. Não torne um mistério essa cerimônia toda. Eu não aguento mais imaginar a sua boca na minha. Não aguento mais assistir a um filme e, assim, tão de repente, perder a concentração e me lembrar de você. Acho que já está mais do que na hora de colocar os pingos nos is.
Promete que irá sumir? Mas, ao mesmo tempo, promete que irá me ligar de vez em quando? Ah, deixará o seu endereço comigo? Vou te visitar... Você me receberá de braços abertos? Continuará dizendo coisas que não entendo? Evitará assim, tão de repente, a despedida já (re)marcada? Beije-me na boca! Roube-me um beijo! Diga-me que me odeia...