terça-feira, janeiro 29, 2008

Sobre raiva e sorriso - 26

Não vou mentir para mim mesmo. Queria, há algumas horas, te socar. Gastar toda a minha raiva em seu rosto angelical. Seria uma terapia para mim. Mas, quando eu menos esperava, a vi sambando no meio do salão, linda, livre, refletindo um "como você está" que eu julgava não ouvir nunca mais. Eu tenho tido poucas esperanças, você deveria saber...
Mas, quando eu menos espero, você aparece sorrindo, cantando a canção que diz o quanto é importante o silêncio para existir o som... e, neste momento, eu deixo de escutar a voz da cantora, que foi apresentada a mim ontem de madrugada.... Em seguida, voltando ao meu estado normal, eu peço que ela cante novamente a canção. Ela volta a cantar, ainda feliz... E onde você foi parar? Há tantos versos que eu, um dia, quem sabe, poderei falar em seu ouvido ou escrever em uma carta que irei esconder dentro de seu fichário bagunçado... Provavelmente, você demorará a encontrá-lo... e se encontrá-lo? Isso será, talvez, um outro texto... sobre verdades e mentiras.

P.S: "I just think that we'd get on/ I wish I could tell you face to face /instead of singing this stupid song" (Kate Nash)