quarta-feira, janeiro 30, 2008

À Procura - 27

No meio da calçada movimentada, que andava por meio das idas e vindas dos pedestres que corriam à procura da felicidade, o rapaz tentava esconder o choro, fingia um sorriso e gritava um silêncio muito alto. Ele tinha conseguido e ninguém sabia... Era algo do qual ele tinha pouco conhecimento até então. Estava, em contrapardida, acostumado a ser abordado somente quando sentava sem esperança em algum banco da praça. Estava acostumado a ouvir críticas quando chegava em casa sem dinheiro. Estava acostumado a ouvir que não iria conseguir... os poucos aplausos, quando ouvia, eram falsos, estratégicos para vê-lo novamente no fundo do poço...
Ele não queria carinho, muito menos compaixão... desejava, no fundo, sentir a altura do abismo para poder subir depois do perigo. Não queria sílabas doces, mas sim o açoite das palavras rudes para que pudesse se defender em atitudes. Ele queria tudo! Menos a dó infálivel daqueles que julgam estar um passo à frente e não observam os vários buracos pela frente. Ou melhor: que contratam pessoas que escondem a podridão que deixam pelo caminho...
Na verdade, ele estava pouco se fudendo para a tristeza, a falsa felicidade dos outros... o que ele queria, o que ele procurava, já tinha encontrado há muito tempo...

Cinema:
Nos últimos dias, assisti a dois filmes estrelados pelo ator Will Smith: "Eu Sou a Lenda", em cartaz nos cinemas, e "À Procura da Felicidade", já nas locadoras. O fato é o seguinte: as últimas produções protagonizadas por Smith têm várias características em comum: em todos os longas, ele é o ator principal e participa de praticamente 100% das cenas. Uma onipresença que chega a sufocar.
Em "Eu Sou a Lenda", dirigido por Francis Lawrence ("Constantine"), isso é evidente. Baseado no romance homônimo de Richard Matheson, Smith é Robert Neville, um dos poucos sobreviventes de uma epidemia, que, acredita ele, matou boa parte da população mundial. Outra parte se tornou uma espécie de vampiro, monstro ou algo semelhante. Ao longo de aproximadamente 60 minutos de filme, vemos, na tela do cinema, Smith e seu cão inseparável, com quem ele trava diálogos - você lembrou de "Náufrago" e Tom Hanks e a bola de vôlei? A comparação é inevitável.
É possível também comparar "Eu Sou a Lenda" com "30 Dias de Noite", de David Slade, que estreou no ano passado. Assim como os "monstros" deste longa, os de "Eu Sou..." não sobrevivem sob a luz do dia, mordem os pescoços das pessoas e são uma espécie de ser humano menos evoluído. Outra comparação inevitável - para não ressuscitar, nessa, as seqüências de "Os Mortos-Vivos", por exemplo.
Só depois surge, no filme, a atriz brasileira Alice Braga ("Cidade de Deus" - quando ainda era uma adolescente - e "Cidade Baixa" - já um mulherão), que interpreta uma paulistana, também sobrevivente da epidemia. Importante na história - já sei, você chegou a pensar que ela teria poucos diálogos, assim como as primeiras aventuras de Rodrigo Santoro por Hollywood -, Braga, de alguma forma, representa a esperança, sentimento que Noville perdeu há bastante tempo. Ok, paro de falar sobre o filme agora...
Só uma cena bizarra: o filme se passa no ano de 2012 e, durante uma conversa entre as personagens de Alice Braga e Smith, ele coloca para tocar "Three Little Birds", de Bob Marley. Ela, porém, desconhece o cantor da música... será que Bob Marley será esquecido? Será que os norte-americanos não sabem que, no Brasil, o reggae é bastante difundido?
Já em "À Procura da Felidade", de Gabriele Muccino , Smith é Chris Gardner. Para encurtar a história, depois de muito perrengue, o cara se dá bem - Smith, pelo papel, foi indicado ao prêmio de melhor ator no Oscar do ano passado. E, para variar, mais overdose de Smith... ah, outra comparação em relação a um dos filmes anteriores dele: assim como "Ali", que também lhe rendeu uma indicação ao Oscar, "À Procura..." é baseado em uma história real...
Outra característica comum tem que tem surgido na filmografia de Smith é a presença de sua família. Se em "À Procura...", ele atua ao lado de seu filho, Jaden Christopher Syre Smith, em "Em Sou...", foi a vez da caçula Willow Smith trabalhar com o papai.

5 Comments:

Blogger Camilla said...

Este comentário foi removido pelo autor.

12:38 PM  
Blogger Camilla said...

Então lá vai,sem sílabas doces: de cagar o seu blog. Dá pra sentir seus textos.
Camilla Tebet
http://essepapo.nafoto.net

12:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Quero assistir...

7:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Adorei o filme, apesar de achar a hist�ria manjada, amei as cenas de a�o... gente, nunca ia lembrar da Alice Braga, � verdadeee!!! Tipo, ela n�o conhecia Bob, mas conhecia Demian... tsc tsc tsc, bizarrinhooo...

6:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

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11:44 AM  

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