quarta-feira, junho 25, 2008

Eterno recomeço - 96

Decidi não dirigir a palavra a você. Não diretamente. Falarei somente por meio de entrevistas, depoimentos, livros, escritos... Citarei os autores que eu nunca li. Vou confessar passagens de livros que eu, um dia, pretendo escrever... Não darei dicas para você me decifrar. Vou querer colecionar frases feitas, aquelas mesmas que você, alguma vez, tentou me ensinar, quando a luz estava apagada...
A partir de agora, recortarei as frases mais lindas que eu nunca li. "Busco não a carreira, mas a permanente estréia, o eterno recomeço"... Um recomeço sem você ao meu lado ou me olhando de lado como se me reprovasse ou estivesse pronto para me devorar. Se ainda me perseguir, direi as mais perigosas palavras para preencher o barulho absurdo... vou querer o silêncio do silêncio... você ouviu isso?

P.S: "... o modo mais leve de desvalorizar o tempo é convertê-lo em história." (Mia Couto, em entrevista sensacional para o Estadão)