terça-feira, abril 22, 2008

Um pouco atrasado - 66

Você quase chegou na hora exata. O relógio marcava as primeiras horas do dia, eu já secava as minhas lágrimas, prometendo a mim mesmo nunca mais te telefonar, quando eu senti o seu perfume pela sala... Por ironia do destino, eu lia o livro que você diz odiar. Uma pena! Sábias palavras contêm ele... No entanto, não me diga para eu te contar a passagem mais bonita que considerei. Se você soubesse, ela cita o fim. O fim de um relacionamento marcado por uma sinceridade tão recíproca que, algumas vezes, carregava uma tonelada de dúvidas. Enquanto ele contava as estrelas do céu, ela confessava que já havia matado uma estrela-do-mar. E, sem pudores, fingiam fazer sexo no meio da rua, dentro do carro, no parque público... A vontade era tão grande que se seguravam... e, infelizmente, conseguiam.
Você surgiu me oferecendo saúde, perguntas que eu não poderia responder de repente, sem pensar em uma resposta com começo, meio e quase o fim... Será que você aceitou as reticências? Será que se contentou com minhas falsas promessas? Eu não lhe darei mais certezas; melhor duvidar disso. Por que? Leia, antes, as suas letras...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Eu acredito que um dia o perfume se tornará indiferente, pode ser que eu tenha esquecido.. ou somente me acostumado!
Eu acredito que não me contentarei com as falsas promessas, pode ser que não telefone mais.. mas não espere pense que sou capaz de esquecer!
A passagem do livro... não sei se arranco a folha com minhas crenças ou se recito com minhas certezas..

E quando eu achei que tinha me reencontrado, seu texto mais uma vez me deixou perdida

10:50 PM  

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