Carta a um jovem pensador - 62
"Olá,
resolvi te escrever, pois hoje, ao tomar banho, me esqueci de nossa despedida. Não me lembro muito bem como nos comportamos na iminência do abraço. Sinto que não nos abraçamos infelizmente. Não senti o seu perfume. Só me lembro que você virou à esquerda e foi para nunca mais voltar. E eu te espero todas à noites, olhando pela janela o movimento da rua. Você, um dia, irá dobrar a esquina com o tênis que comprou? Ou virá pedalando aquela velha bicicleta de sua irmã mais velha? O modo não importa... venha e traga novidades! Espero que, durante este tempo de distância, você tenha, ao menos, brincado de ir ao espaço, de andar no labirinto, de falar da força do acaso.
Eu vou bem, se isso lhe interessa. Talvez, como o marinheiro da Calcanhotto, com um amor em cada porto. Ultimamente, revelo, falo de amor à vida, vou a festas, conheço gente - me apaixono pela capacidade humana de ser diferente e a todo momento -, olho para o infinito e corro o risco de te esquecer...
Enquanto isso não acontece, porém, eu, ao terminar esta carta, voltarei para a janela..."
P.S: "Sempre a meta de uma seta no alvo, mas o alvo na certa não te espera/ então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada"
4 Comments:
Será que um dia eu venha receber uma mesma carta que eu cansei de reescrever?
Uau,,, isso ta ficando um light romântico, algo assim cine light. Tõ gostando e feliz em saber que estás com um amor em cada porto, isso garante que continues inspirado.
Bjos
Camilla
foda!!!!!!!!!!!!!!!!!
sou sua fa incondicional
tenho convitão pro senhora dos afogados... vamos no fim de semana pos feriado?
beijos mil
Nossa Alan,
Você está escrevendo muitíssimo bem. Quero um livro autografado!
Saudades
Prima Débora
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