quarta-feira, abril 30, 2008

Debaixo dos caracóis - 70

Ela me enviou um bilhete estranho... eu estava sentado na primeira fileira, ela na quarta. Em palavras tortas, dizia que tinha medo de não reconhecê-lo mais. Não sabia como ele havia cortado o cabelo, aquele mesmo que um dia ela acariciara com tanta devoção. Também temia perguntas embaraçosas. Se, de repente, as respostas se escondessem? Se ela tivesse que olhá-lo sem saber o que dizer?
A tinta da caneta deve ter acabado ou ela não quis terminar o recado. Mas seguiu adiante. Disse que precisava ver ao vivo e a cores o rosto que ela tanto admira. Precisava, ao menos, ter a chance de tocá-lo. Poderia não fazer isso, mas a simples possibilidade já a calmaria... Ela prefere não pensar que as linhas da mão dele já tenham se transfigurado, desviando o caminho que, um dia, ela sonhou em trilhar ao seu lado. De mãos dadas...

P.S: Quero viver, quero ouvir, quero ver - Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver (Zeca Baleiro)

3 Comments:

Blogger Janaina Fainer said...

não vou viajar... estou com uma série de pendência de vida tipo comprar blusa, meia, ler dois textos... então estou por aqui...
ainda ouvindo Marina De La Riva e dançando na sala...
nos falamos mais tarde?

10:45 AM  
Blogger Heber said...

Alan, muito bom o seu(s) texto(s). Dizer oq?

11:40 AM  
Blogger Lueluí said...

"calmaria"... (que belo)


Alan, como vai? "Se cuida..."

E, afinal, a tinta da caneta acabou ou não? Ela disse dizendo, verbo-oral?

Muy bello, ¡bello!

10:57 PM  

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