Debaixo dos caracóis - 70
Ela me enviou um bilhete estranho... eu estava sentado na primeira fileira, ela na quarta. Em palavras tortas, dizia que tinha medo de não reconhecê-lo mais. Não sabia como ele havia cortado o cabelo, aquele mesmo que um dia ela acariciara com tanta devoção. Também temia perguntas embaraçosas. Se, de repente, as respostas se escondessem? Se ela tivesse que olhá-lo sem saber o que dizer?
A tinta da caneta deve ter acabado ou ela não quis terminar o recado. Mas seguiu adiante. Disse que precisava ver ao vivo e a cores o rosto que ela tanto admira. Precisava, ao menos, ter a chance de tocá-lo. Poderia não fazer isso, mas a simples possibilidade já a calmaria... Ela prefere não pensar que as linhas da mão dele já tenham se transfigurado, desviando o caminho que, um dia, ela sonhou em trilhar ao seu lado. De mãos dadas...
P.S: Quero viver, quero ouvir, quero ver - Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver (Zeca Baleiro)
3 Comments:
não vou viajar... estou com uma série de pendência de vida tipo comprar blusa, meia, ler dois textos... então estou por aqui...
ainda ouvindo Marina De La Riva e dançando na sala...
nos falamos mais tarde?
Alan, muito bom o seu(s) texto(s). Dizer oq?
"calmaria"... (que belo)
Alan, como vai? "Se cuida..."
E, afinal, a tinta da caneta acabou ou não? Ela disse dizendo, verbo-oral?
Muy bello, ¡bello!
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