Boné azul - 153

Você sabia que perdeu (mais uma!) oportunidade para falar comigo? Eu saía, devagar até, do ginásio ainda escuro, quando, dizem, você me viu passar. Reconheceu-me entre tanta gente chata e sem nenhuma graça. Não viu, porém, se eu estava triste ou alegre. Percebeu que se tratava de mim ao avistar o boné azul... a bermuda branca também me denunciava. Por que, então, não perguntou qual era o estado da minha saúde? Por que não anotou o meu telefone, desta vez, com caneta? Talvez você não me veja mais... Talvez eu tenha que jogar o boné azul fora.

Sempre comigo - 152

Já faz algum tempo que não observo o triste brilho de seus olhos. Prometemos nos ver todos os dias, mas, enquanto o Sol brilha na minha janela, uma nuvem impede que você me veja mandando beijos para você. Por onde eu tenho andado? Por ruas que não sei nome, alguns dizem. Tenho notado passos lentos pela madrugada, confesso. Não sei se são seus... por meio da correspondência do banco, sei que você comprou um tênis novo. Eu não sei a marca...